Este artigo reúne a filosofia da individuação de Simondon com alguns aspectos do pós-humanismo e do “novo materialismo”, ao mesmo tempo em que permanece no interior de um campo de caracterizações “históricas” do materialismo clássico. Duas palavras chave retiradas, respectivamente, de Karen Barad e Simondon – “ontoepistemologia” e “axiontologia” – constituem o fio condutor de uma exposição que conecta as primeiras invenções modernas de uma ciência da civilidade (emblematicamente representadas pelo casal conceitual Descartes-Hobbes) com a teoria cibernética da sociedade, de Wiener. Ao alicerce politicamente comum destas formas de pensamento, às quais denomino de materialismo “vulgar”, Simondon endereçou um ataque ontológico, epistemológico e político. O pensamento conceitual elaborado pela filosofia da individuação de Simondon dá suporte para a elaboração de um materialismo “não-vulgar”, crítico a uma suposta “sociabilidade não-social” da natureza humana, conforme concebido pela teoria política moderna. Como irei argumentar, uma verdadeira abordagem materialista nos permite deslocar o pensamento político, entendido como políticas para solucionar problemas, para uma arena de políticas de experimentações estratégicas
Simondon (novo)materialismo? Um movimento para além do pensamento político moderno (trad. Breno Isaac Benedykt e Lucas Paolo Sanches Vilalta)
Bardin A
2019
Abstract
Este artigo reúne a filosofia da individuação de Simondon com alguns aspectos do pós-humanismo e do “novo materialismo”, ao mesmo tempo em que permanece no interior de um campo de caracterizações “históricas” do materialismo clássico. Duas palavras chave retiradas, respectivamente, de Karen Barad e Simondon – “ontoepistemologia” e “axiontologia” – constituem o fio condutor de uma exposição que conecta as primeiras invenções modernas de uma ciência da civilidade (emblematicamente representadas pelo casal conceitual Descartes-Hobbes) com a teoria cibernética da sociedade, de Wiener. Ao alicerce politicamente comum destas formas de pensamento, às quais denomino de materialismo “vulgar”, Simondon endereçou um ataque ontológico, epistemológico e político. O pensamento conceitual elaborado pela filosofia da individuação de Simondon dá suporte para a elaboração de um materialismo “não-vulgar”, crítico a uma suposta “sociabilidade não-social” da natureza humana, conforme concebido pela teoria política moderna. Como irei argumentar, uma verdadeira abordagem materialista nos permite deslocar o pensamento político, entendido como políticas para solucionar problemas, para uma arena de políticas de experimentações estratégicasPubblicazioni consigliate
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