Uma das maiores obras brasileiras, «Os Sertões» (1902) de Euclides da Cunha (1866-1909), foi traduzida para o italiano na década de 1950 de acordo com critérios da época e no clima político posterior à segunda Guerra Mundial. Comparando prototexto e metatexto, inicialmente umas soluções tradutórias foram percebidas, por estudantes de um curso de Mestrado em Tradução, como hoje inadequadas: começando pelo próprio título, «Brasile ignoto», e por um paratexto com certeza envelhecido por várias razões. Mas outros trechos daquela tradução italiana foram interpretados como difíceis a se entender por corresponderem 'demais', segundo o parecer de uns estudantes, à sintaxe do prototexto: razão pela qual uma eventual proposta de tradução mais adequada à atual sensibilidade, deveria ver aquela sintaxe 'simplificada', ao ponto de desestruturar o estilo euclidiano. No entanto, foi graças a dicionários e ferramentas gramaticais que, entre as várias dimensões da Língua Portuguesa, contemplassem também aquela clássica, que os próprios estudantes inicialmente céticos afinal concluíram que seria possível entender a riqueza e a força do «livro vingador».
«Os Sertões» de Euclides da Cunha, do Português L2 para o Italiano L1 Experimentos de didática da tradução
Bagno, Sandra
2020
Abstract
Uma das maiores obras brasileiras, «Os Sertões» (1902) de Euclides da Cunha (1866-1909), foi traduzida para o italiano na década de 1950 de acordo com critérios da época e no clima político posterior à segunda Guerra Mundial. Comparando prototexto e metatexto, inicialmente umas soluções tradutórias foram percebidas, por estudantes de um curso de Mestrado em Tradução, como hoje inadequadas: começando pelo próprio título, «Brasile ignoto», e por um paratexto com certeza envelhecido por várias razões. Mas outros trechos daquela tradução italiana foram interpretados como difíceis a se entender por corresponderem 'demais', segundo o parecer de uns estudantes, à sintaxe do prototexto: razão pela qual uma eventual proposta de tradução mais adequada à atual sensibilidade, deveria ver aquela sintaxe 'simplificada', ao ponto de desestruturar o estilo euclidiano. No entanto, foi graças a dicionários e ferramentas gramaticais que, entre as várias dimensões da Língua Portuguesa, contemplassem também aquela clássica, que os próprios estudantes inicialmente céticos afinal concluíram que seria possível entender a riqueza e a força do «livro vingador».File | Dimensione | Formato | |
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