A mímesis não é um mediador que se impõe da mesma maneira em todas as épocas; em cada período existem diferenças que se abrem às multiplicidades de interpretação, conforme o contexto histórico vigente e as relações entre o ficcional e o imaginário, muitas vezes determinados pelos dispositivos seculares que privilegiaram a manutenção do princípio imitativo e do veto ao imaginário. Trata-se de um filtro que se ajusta às linhas de força sociais e estéticas, conjugadas à imaginação do artista e à organização textual da obra, não se confundindo com a realidade, nem com a imitação ou representação especular de um determinado modelo. Apoiada neste conceito, enquanto suporte e instrumento para a reflexão acerca das complexas relações entre literatura e arte visual e do próprio fazer artístico e poético, a autora percorre criticamente textos de Almeida Garrett, Gonçalves Dias, Cesário Verde, Machado de Assis, Eça de Queirós, Oswald de Andrade, Almada Negreiros, Ana Hatherly e imagens pictóricas de António de Sequeira, Vieira Portuense, Victor Meireles, Miguel Ângelo Lupi, Almeida Júnior, Belmiro Barbosa de Almeida, Tarsila do Amaral, entre outros, ressaltando que o “dom da beleza”, evocado sempre por pintores, poetas e escritores, é também o “dom da carne”, da concretude da pele e da palavra, de linhas e cores – significantes – porque encarnar (e sua negação) já constitui, em si, um equívoco, frequentemente mimético.
Mímesis (des)encarnada – Entre imagens e textos luso-brasileiros
Maria Aparecida Fontes
2020
Abstract
A mímesis não é um mediador que se impõe da mesma maneira em todas as épocas; em cada período existem diferenças que se abrem às multiplicidades de interpretação, conforme o contexto histórico vigente e as relações entre o ficcional e o imaginário, muitas vezes determinados pelos dispositivos seculares que privilegiaram a manutenção do princípio imitativo e do veto ao imaginário. Trata-se de um filtro que se ajusta às linhas de força sociais e estéticas, conjugadas à imaginação do artista e à organização textual da obra, não se confundindo com a realidade, nem com a imitação ou representação especular de um determinado modelo. Apoiada neste conceito, enquanto suporte e instrumento para a reflexão acerca das complexas relações entre literatura e arte visual e do próprio fazer artístico e poético, a autora percorre criticamente textos de Almeida Garrett, Gonçalves Dias, Cesário Verde, Machado de Assis, Eça de Queirós, Oswald de Andrade, Almada Negreiros, Ana Hatherly e imagens pictóricas de António de Sequeira, Vieira Portuense, Victor Meireles, Miguel Ângelo Lupi, Almeida Júnior, Belmiro Barbosa de Almeida, Tarsila do Amaral, entre outros, ressaltando que o “dom da beleza”, evocado sempre por pintores, poetas e escritores, é também o “dom da carne”, da concretude da pele e da palavra, de linhas e cores – significantes – porque encarnar (e sua negação) já constitui, em si, um equívoco, frequentemente mimético.File | Dimensione | Formato | |
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